Ressaca: por que temos dor de cabeça, perda de memória e náusea?
Muitas pessoas passam todos os dias de Carnaval na folia. São festas e bloquinhos de rua que, além de música e dança, acompanhados de muita bebida alcoólica. Cerveja, destilados e até espumante desfilam na festa, e no dia seguinte podem cobrar o preço do exagero com a tão conhecida ressaca.
Para muitas pessoas, o dia seguinte à folia é de dor de cabeça, náusea, tonturas, boca seca, cansaço, falta de apetite e sonolência. Mas afinal, por que o corpo responde dessa forma ao exagero do álcool?
Desidratação
Fatores como peso corporal, sexo, idade, tipo de bebida e se o estômago está cheio ou vazio podem influenciar na concentração de álcool presente no sangue – valor determinante para os sintomas da ressaca. Estudos apontam que algumas pessoas já apresentam sintomas de ressaca ao atingir concentração de 0,12%% de álcool no sangue.
Especialistas explicam que entre os problemas causados pela ressaca o principal é a desidratação. O álcool diminui a quantidade liberada de um hormônio antidiurético, ou seja, a pessoa faz mais xixi e excreta mais líquidos do que foi ingerido.
Composto tóxico
Além disso, durante a decomposição do álcool um composto tóxico ao nosso organismo – o acetaldeído (o etanal) – é produzido. Esse composto pode causar náuseas, vômitos, suor, dores de cabeça, falta de memória e ainda baixar o nível de açúcar no sangue.
Dor de cabeça de ressaca
A dor de cabeça é causada pelos efeitos da vasodilatação. Tanto a desidratação quanto o acetaldeído diminuem a coagulação do sangue, desacelerando o fluxo sanguíneo no cérebro. Por causa disso, os vasos sanguíneos se dilatam, causando a dor de cabeça.
Fraqueza e hipoglicemia
Além disso, o nível de açúcar baixo no sangue – hipoglicemia –, induzido pelo álcool, pode afetar o funcionamento do cérebro, causando fraqueza e cansaço. No entanto a hipoglicemia varia de acordo com o metabolismo de cada um, por isso os efeitos serão sentidos diferentemente.
Além disso, o baixo nível de açúcar no sangue é influenciado pela quantidade de álcool ingerido. A falta de alimentação também terá papel na fraqueza que acompanha a ressaca no dia seguinte.
Alteração do sono
Após aquela “bebedeira”, o que a maioria das pessoas quer é dormir até tarde e descansar. Mas infelizmente isso geralmente não acontece. Acabamos acordando mais cedo do que o desejado, e com aquela sensação de cansaço extremo.
Isso ocorre porque o álcool também interfere no nível dos hormônios que regulam o sono. E é exatamente a falta deles que pode intensificar ainda mais os sintomas da famigerada ressaca.
Dicas para evitar a ressaca
Agora a notícia boa: alguns cuidados podem ajudar a evitar a ressaca – ou pelo menos fazer com que ela seja mais fraca. Assim você pode aproveitar todos os dias do Carnaval, ou de qualquer outro momento de festa no ano.
Alimente-se
Agora você já sabe que alguns sintomas da ressaca são causados pela baixa quantidade de açúcar no sangue. Por isso, coma antes de beber!
Os alimentos diminuem a difusão do álcool no estômago, retardando a passagem dele para o intestino, onde é absorvido. Assim, o álcool entra de forma gradual na corrente sanguínea, demorando para chegar ao cérebro – e reduzindo o “estrago” que causam lá.
Não beba apenas álcool
É o que os pais sempre dizem aos filhos: tome copos de água intercalado com o álcool. A dica é a mais conhecida e eficaz para evitar a ressaca do dia seguinte, mas também é o conselho mais ignorado.
Como uma das principais causas da ressaca é a desidratação, o consumo de água antes, durante e depois da bebedeira ajuda a diminuir os efeitos colaterais. Além disso, antes de dormir, beba bastante água. A recomendação é para que, durante o sono, o álcool e as toxinas sejam liberados.
Outra dica é consumir também refrigerantes e sucos. São bebidas ricas em carboidratos e que ajudam a metabolizar o álcool.
Ah, e beba isotônicos, que repõem os sais minerais perdidos. Uma boa opção é a água de coco.
Não abuse de remédios
Não existe remédio que impeça a intoxicação causada pelo álcool. Os analgésicos, antiácidos ou anti-histamínicos só ajudam a diminuir o mal-estar. Mas não abuse, pois podem sobrecarregar (ainda mais) o fígado.