Prevenção

Quantos dentes de leite tem uma criança?

É clássica a imagem da criança sem os dois dentes da frente. A fofura da famosa “janelinha” é uma das etapas de desenvolvimento da dentição humana.

Uma criança tem 20 dentes de leite, como são chamados popularmente. O nome técnico, na verdade, é dentição primária ou decídua, justamente porque esses dentes caem e dão lugar à dentição permanente.

Dentição decídua

Entre os quatro e os sete meses de idade, via de regra, os bebês já começam a ter dentes de leite. Incisivos centrais, incisivos laterais, caninos e molares podem aparecer um pouco mais tarde, até os 12 meses. Até os três anos, segundo a Associação Brasileira de Odontopediatria (ABO), a dentição decídua normalmente já está completa.

É possível, também, que a erupção dos dentes de leite ocorre mais cedo, com cerca de um mês do nascimento. Aliás, existem bebês que já nascem com os chamados dentes neonatais.

Às vezes, dentes precoces podem causar desconforto para a mãe na amamentação, além de possíveis problemas para o bebê, como dor ou machucados na língua. Nesses casos, é importante procurar um(a) odontopediatra.

Desconforto

Mesmo quando nascem no período esperado, os dentinhos incomodam um pouco os bebês. As gengivas coçam bastante e, não raro, inflamam.

Para aliviar a sensação, é possível usar chupetas e mordedores, além das opções medicamentosas. Outra opção é massagear as gengivas do bebê com os dedos, suavemente. Nesse último caso, é super importante higienizar bem as mãos e as unhas.

Dentição permanente

Por volta dos seis anos de idade, segundo a ABO, começa a erupção dos primeiros molares permanentes. Eles dão início à dentição mista, assim chamada porque esses molares são permanentes, mas não substituem nenhum dente de leite. Ou seja: não precisam que nenhum “antecessor” caia para lhes dar lugar.

Ao mesmo tempo, os incisivos inferiores se preparam para dar lugar aos novos ocupantes. Após os incisivos vêm os pré-molares e os caninos, seguidos dos demais molares.

O processo é paulatino e termina por volta dos 12 anos de idade. A exceção são os sisos, popularmente chamados de “dentes da sabedoria”. Esses aparecem só por volta dos 18 anos.

Complicações

Em todas as etapas do desenvolvimento, é possível que haja anomalias. Dentes extras ou faltando são algumas situações que podem aparecer.

As mais comuns, porém, são aquelas em que os dentes permanentes começam a erupção antes da queda dos decíduos. Além de dor, isso pode afetar a dentição da criança.

Há casos também em que os dentes não chegam à completa erupção, nascendo dentro da gengiva. É o(a) dentista ou o(a) odontopediatra quem vai avaliar a situação e informar sobre os procedimentos adequados, que podem até incluir cirurgias.

Saúde bucal

A erupção dos dentes, desde os da fase decídua, tem implicações extensas. Essas estruturas vão ser importantes na transição do leite materno para outros alimentos, por exemplo.

Eles também vão “guardar o espaço” para a dentição permanente, garantindo que nasçam na posição adequada. Sem contar que auxiliam no desenvolvimento dos ossos e músculos do rosto.

Além disso, os dentes são essenciais para o desenvolvimento da fala. Basta tentar falar palavras como “faca” ou “você” sem encostar os dentes no lábio para ver como o processo funciona.

É com os dentes, na boca, que começa a parte mecânica da digestão, o que significa dizer que para a vida toda os dentes terão papel relevante na saúde. Por isso mesmo, é preciso cuidar do sorriso desde o primeiro momento.

A recomendação da ABO é levar o bebê para a primeira consulta com o(a) odontopediatra quando surgem os primeiros dentinhos de leite. A próxima consulta vai depender da saúde bucal e de possíveis fatores de risco de cada criança.

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