PrevençãoTratamentos

Tomar anticoncepcional pode atrapalhar uma gravidez futura? Veja o que dizem especialistas

A pílula anticoncepcional é muito eficiente em sua principal função: prevenir a gravidez indesejada. Mas isso apenas enquanto a mulher está tomando a pílula. A ideia de que a futura mamãe terá problemas mesmo após interromper o tratamento é apenas um mito.

Segundo especialistas, por muito tempo a população associou o uso do anticoncepcional à infertilidade de forma incorreta. Isso porque a dificuldade de engravidar em idade mais madura nada tem a ver com o uso contínuo da pílula na juventude.

De onde vem o mito de que a pílula causa infertilidade?

A análise de médicas e médicos é de que o mito da infertilidade causada pelo anticoncepcional surgiu em função dos períodos em que o tratamento é feito ou interrompido. Geralmente, a mulher começa tomar a pílula aos 18 anos – auge da fertilidade – e para apenas com 35 anos, quando os óvulos já estão mais velhos.

Ou seja, a dificuldade para engravidar não é culpa do anticoncepcional e, sim, da idade. Com óvulos mais velhos, é mais difícil engravidar. Em outras palavras, parece ser que parar o tratamento “tarde demais” na vida fértil tenha dado origem ao mito.

Como funciona a pílula anticoncepcional?

dois tipos de pílula anticoncepcional, ambos hormônios: só com progesterona, ou progesterona e estrogênio. Os hormônios são semelhantes aos produzidos nos ovários durante a gravidez, ou seja, eles “enganam” o nosso organismo, impedindo a ovulação.

Especialistas explicam que, durante o tratamento, os níveis tanto da progesterona quanto do estrogênio são muito baixos, não tendo efeito prolongado no organismo. Ou seja, assim que o remédio é suspenso, a fertilidade retorna imediatamente. E isso vale para qualquer tipo de pílula anticoncepcional, não importando a fórmula.

Benefícios da pílula anticoncepcional

Se tomada corretamente, a taxa de eficiência da pílula anticoncepcional é maior do que 99%. Mas, se houver esquecimento ou se o tratamento for interrompido, a mulher pode engravidar normalmente, já que a pílula não afeta a fertilidade feminina.

O uso da pílula de forma contínua, além de prevenir a gravidez indesejada, pode prevenir cistos e câncer no ovário, endometriose, pólipos e câncer no endométrio. O anticoncepcional ainda pode ajudar contra miomas no útero, cólicas, dor de cabeça, TPM e espinhas.

Qual a melhor pílula anticoncepcional?

As pílulas anticoncepcionais mais usadas atualmente são as combinadas de estrogênio e progesterona. Isso porque seus efeitos colaterais são menores e ainda controlam melhor o ciclo menstrual.

Ainda assim, existem dezenas de marcas e fórmulas diferentes. Por isso, antes de começar a usar o anticoncepcional, é importante procurar orientação de uma(um) ginecologista. A médica ou o médico irá prescrever a melhor dosagem, o melhor tipo de hormônio e ainda avaliar se há contraindicações para cada paciente.

Parei a pílula, mas não consigo engravidar: o que fazer?

Caso tenha dificuldade para engravidar, é preciso procurar ajuda médica, pois isso pode significar algum problema. Exemplos comuns são doenças femininas (não relacionadas ao uso da pílula) ou infertilidade masculina.

Uma das doenças mais comuns que afetam a fertilidade é a endometriose. A patologia – responsável por 30% das causas de infertilidade feminina – é caracterizada pela presença de tecido uterino (o endométrio) fora do útero.

Essa “sobra” pode chegar na cavidade abdominal, nos ovários, nas trompas e até na bexiga, causando inflamações e aderências que comprometem a fertilidade. Mas a  endometriose pode ser tratada e, assim que a sobra for retirada, a mulher volta a ter as chances de gravidez.

Doenças sexualmente transmissíveis também podem dificultar a concepção, pois causam inflamações na região pélvica. A clamídia, por exemplo, inflama as tubas uterinas, prejudicando a captação dos óvulos e impedindo a formação de embriões.

Além disso, fatores externos como poluentes, agrotóxicos e tintas também podem ser empecilhos. Eles comprometem o sistema responsável por produzir os hormônios, dificultando a gravidez.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *