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Médicas mulheres superam número de homens entre jovens profissionais

Segundo o estudo Demografia Médica no Brasil 2018, do Conselho Federal de Medicina, as mulheres médicas somam 55,39% entre profissionais com até 34 anos. O percentual é ainda maior considerando a faixa etária até 29 anos: elas representam 57,4% do total.

Considerando todas as idades, elas ainda não são maioria na Medicina brasileira, mas por pouco: somam 45,6% da categoria. A maior presença de mulheres entre profissionais mais jovens, no entanto, reflete o processo de feminização da profissão.

Os homens acabam dominando grupos de maior idade. Entre os com mais de 70 anos, eles chegam a 79,5%, e no grupo de 40 a 44 anos, representam 54,8%.

Crescimento constante

Os anos 70 representam a guinada das mulheres na profissão. É quando o crescimento da presença de médicas no mercado de trabalho torna-se constante. Em 1980, elas eram 23,5% da categoria; crescendo para 30% em 1990; 35,8% em 2000; 39,9% em 2010 e 46% em 2017.

O crescimento ininterrupto é percebido, principalmente, em relação aos novos registros profissionais. Segundo o levantamento do CFM, entre 2000 e 2016, foram registrados 220.993 novos médicos e novas médicas no país: 50,7% eram mulheres e 49,3%, homens – o que se explica a tendência de feminização da profissão.

O censo demográfico da Medicina aponta, ainda, que a porcentagem de mulheres cresceu rapidamente. Em 2000, dos novos registros profissionais, 44% eram de mulheres, total que subiu para 47,2% em 2005.
Em 2009, as médicas tornaram-se maioria, com 50,4%. Em 2016, representaram 54,9% dos novos registros.

Estados

O Rio de Janeiro e o Alagoas são os únicos Estados onde o número de médicas supera o de médicos. No Rio, elas representam 50,8% e em Alagoas, 52,2%.

Pernambuco ocupa a terceira colocação, com 49,6% de presença feminina. Seguem Distrito Federal (47,6) e Paraíba (47,5%).

Em contrapartida, o Piauí é o Estado com menor presença feminina. As mulheres representam apenas 37% do total de profissionais. O Amapá vem logo atrás com 37,2%, seguido de Goiás, 38,5%, e Santa Catarina, 38,8%.

Especialidades

Os homens dominam a maioria das especialidades – 36 das 54 listadas no estudo. No entanto, como no registro geral, percebe-se o aumento da presença feminina em quatro das seis áreas básicas da Medicina.

Em Pediatria, elas são três quartos dos profissionais. Em Medicina de Família e Comunidade, 57,1%. Em Ginecologia e Obstetrícia somam 56,6%, e em Clínica Médica, 52,6%.

Além disso, em outras especialidades parece haver uma dominação maior por gênero. Na Dermatologia, por exemplo, mulheres são 77,1%, enquanto homens somam 22,9% – ou seja há três mulheres para cada homem nessa especialidade.

Por outro lado, os homens são maioria na Urologia, representando 97,8% do total de profissionais. Nessa especialidade, por exemplo, há 44,62 homens para cada mulher urologista.

Proporções

O estudo do CFM mostra, ainda, que entre as mulheres a proporção de especialistas é quase a mesma que entre os homens. Ou seja, apesar de eles serem maioria entre os médicos em atividade (54,4%), a participação de quem formação extra em cada grupo de gênero é semelhante.

Entre as médicas, 61,8% são especialistas e 38,2% são generalistas. Entre os homens, 63,9% têm títulos e 36,1% não tem.

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