Tratamentos

Parto normal dói? O que dizem especialistas e a quais excessos você deve estar atenta

Não existe dor como a dor do parto, diz o ditado popular. Mas será que isso é mesmo verdade? Muitas futuras mamães se perguntam se o parto normal é a melhor opção para dar à luz o ou a bebê, ou se é o caso de optar pela cesariana.

No entanto, em casos de gestação saudável, a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é pelo parto natural. Com medo da dor, muitas mulheres fogem dele e acabam na mesa de operações.

A facilidade de realização do parto cirúrgico transformou o procedimento em algo bastante comum nos dias atuais. Desenvolvida na década de 1960, a cesárea somou 41,9% dos partos realizados na rede pública do Brasil em 2017, segundo dados da Organização Mundial de Saúde.

Parto normal dói, afinal?

A dor depende muito de cada mulher, da sensibilidade individual e também do psicológico. Muitas mulheres sentem mais dor pelo receio e por tudo que ouviram a respeito de um parto.

Contudo, muitos especialistas consideram a dor “suportável”, e afirmam que acaba desaparecendo após o nascimento do bebê. Além disso, alguns remédios que aliviam a dor podem ser ingeridos.

Uso de anestesia

Quanto à anestesia, em última instância, quem decide se quer ou não é a mulher. O mais indicado são alternativas naturais que ajudam a aliviar o incômodo e deixar a mãe mais tranquila, como massagem, banho com água quente e estar perto de pessoas queridas.

Episiotomia

A episiotomia é uma incisão na região do períneo feita para aumentar a abertura na hora do feto sair. A prática foi disseminada na década de 1960 e desde então as mulheres questionam os benefícios.

A episiotomia não deve ser usada rotineiramente, apenas em casos de necessidade. Inclusive, se usada indiscriminadamente é considerada uma violência obstétrica – há mais informações no final deste post.

Dicas para o parto normal

Para as mães que querem ter um parto normal, há várias dicas que ajudam a aliviar a dor e deixa o processo como um todo menos “traumático”, por assim dizer. As sugestões devem sempre levar em conta o desenvolvimento da gestação.

Mexa-se!

A principal sugestão é fazer atividades físicas durante a gestação. Mas, é claro, seguindo à risca as orientações médicas. Alguns exercícios ajudam a mulher a ter flexibilidade e também a conseguir ficar na posição do parto sem muitos incômodos, como câimbras.

Um bom exercício é fortalecer o assoalho pélvico, um conjunto de músicos que sustenta órgãos como bexiga, intestino, útero e ovários.

Para isso, de novo, procure orientação profissional.

Geralmente, as mulheres trabalham bastante o assoalho pélvico no pilates. Mas o exercício também pode ser feito na fisioterapia e academias de musculação – sempre com o professor ao lado, pois a prática exige conhecimento corporal.

Além disso, a atividade física diminui o risco de lacerações e, consequentemente, pode evitar a episiotomia.

Violência obstétrica

Assunto em alta hoje em dia, a violência obstétrica contribui para os temores de muitas mulheres sobre o parto, e até sobre a gestação como um todo. Padrões médicos contemporâneos determinam os limites da atuação de profissionais de saúde envolvidos na gravidez.

O Ministério da Saúde define violência obstétrica como “aquela que acontece no momento da gestação, parto, nascimento e/ou pós-parto, inclusive no atendimento ao abortamento. Pode ser física, psicológica, verbal, simbólica e/ou sexual, além negligência, discriminação e/ou condutas excessivas ou desnecessárias ou desaconselhadas, muitas vezes prejudiciais e sem embasamento em evidências científicas”.

A pesquisa Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado, divulgada em 2010 pela Fundação Perseu Abramo, aponta que uma em cada quatro mulheres sofre algum tipo de violência no atendimento ao parto no Brasil. Por isso, é importante conversar com sua ou seu obstetra e tirar todas as dúvidas sobre o que pode e o que não pode durante exames, consultas e parto.

Tipos mais comuns de violência

  • Lavagem intestinal e restrição de dieta;
  • Ameaças, gritos, chacotas, piadas;
  • Omissão de informações, desconsideração dos padrões e valores culturais das gestantes e parturientes e divulgação pública de informações que possam insultar a mulher;
  • Não permitir acompanhante que a gestante escolher;
  • Não receber alívio da dor.

Práticas permitidas, mas que usadas sem necessidade são violências

  • Administração de ocitocina sintética: hormônio que pode ser usado em gestantes que necessitem induzir o parto com indicação médica;
  • Episiotomia: corte efetuado na região do períneo para aumentar o canal do parto;
  • Fórceps: ferramenta utilizada para auxiliar na retirada do bebê.

Como denunciar

No Brasil, não há lei específica sobre violência obstétrica. Contudo, ela deve ser denunciada para que os órgãos de saúde possam investigar os casos e tentar corrigir os erros.

  • Hospitais privados: ligue para a Agência Nacional de Saúde pelo 0800 7019656
  • Hospitais públicos: ligue para o Disque Saúde do Ministério da Saúde pelo telefone 136
  • Hospitais públicos ou privados: contate a Central de Atendimento à Mulher pelo telefone 180

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